sábado, 18 de janeiro de 2014

ALMAS TROLLADAS

         # Luciana Carrero

A poesia passa sozinha
pela lábia do poeta
que a espera no alçapão
da sua armação secreta

A quem passara zumbindo
o poeta com seu gel
trolla-a, sonsa, no espaço
de inspiração cascavel

Chegam outras e outras sonsas
atônitas, se atolando
as patas no estranho grude
e as asas envenenando

Para compor, já aprumado
no fim, justifica os meios
da premeditada morte
planeada em seus anseios

Não quer as sonsas, o vate
Sedento, quer suas almas
Ao morrerem, almas dançam
e ele compassa com palmas

Assim surgem os seus versos
bailando no etéreo ar
e estrofes congeminadas
que ele se esbalda a rimar



0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial