domingo, 27 de abril de 2014

#Elogio da Loucura do Poema II - Repercussão

 Interlocução do renomado escritor riograndense #Joaquim Moncks:

Quanta franqueza e sinceridade, Luciana Carrero! Assusta-me um pouco a competitividade que dás ao produto de teus quefazeres literários... Não estarás caindo na vala comum da globalização? E onde fica a confraternidade que imagino deva ser a origem do poema, o convite ameno à concelebração? Ou ela é apenas o cerne da terapia psicológica, fruto do gozo e fruição da possessão de autoria? De qualquer modo, gosto deste tipo de desabafo, eivado de emoção, porque honesto e revelador... Porém, não fecho com este tipo de abordagem, porque excludente da figura do outro e, também, laudo confesso de laivos de profunda auto-estima quase psicótica. Enfim, está aí a tua declaração individual de propriedade. Abraços do poetinha JM. (Joaquim Monkcs)

Minha resposta ao escritor e crítico #Joaquim Moncks:   


#A POESIA É UM CAVALO INDOMÁVEL

Luciana Carrero

Já divulguei várias vezes a minha afirmação: "Não me julguem pelos meus poemas". E acrescento, agora: não me julguem pelo que escrevo, porque minha escrita é mediúnica do universo. Não confundir com psicografada, porque na psicografia não há criação e no que escrevo, há. Talvez muitos de nossos pares possam sentir-se condenados, como o nobre poetinha. Mas na verdade não os considero assim, porque não há nenhuma condenação, a não ser no sentido metafórico às avessas, do tipo condenação ao bem e ao diletantismo ou à confraternidade que é principal no seu conceito de lide poética. Condenada sinto-me eu, que escrevo pela boca dos desgraçados, dos loucos, dos degredados, termos que Chico usou na sua composição musical "Geni e o Zepelin". Nesta ele mostra a crueldade do mundo, que você colocou no bojo da "globalização", ou até como a própria, talvez em sua ansiedade de permanecer na confraternidade e não ofender a esta escriba. Eu não escrevo para agradar a alguém, como sempre digo. Produzo dentro de um campo magnético que contempla, ora o bem ora o mal e que Gravita num ponto insondável, para mim, entre ambos estes sentidos. Daí o plantel de interlocutores tira suas conclusões , tal qual você e as linka de volta, como gentil e preocupada necessidade de regular. Há quem faça do entendimento ou da sua percepção uma obrigatoriedade de definir e/ou conduzir, pelas linhas do seu maniqueísmo, para um dos lados (bem ou mal). Não se coaduna este ao que considero o verdadeiro sentido de escrever. Para mim não há regulagem possível nos caminhos da Poesia. Ela é paz, é guerra, é amor, é violência, é brado dos condenados, também. Toma da boca dos assassinos e de todos os desajustados para expor a sua sina cruel. A minha sina não chega às suas (dos marginais) desgraças, porém vai até á sua beirada e até ao seu meio, para conhecer, em profundo, aquilo que você vê e diz como "psicopatia". E lá vou buscar subsídios que precisam ser conhecidos ou entendidos mais profundamente pela sociedade, e para instigar o leitor. Não me é permitido, dentro da minha condenação, escolher sobre o que escrevo. Esta é minha missão dorida. O pensamento expressado neste texto ao qual você deu atenção especial (atingiu o seu objetivo escritural). não é necessariamente o meu pensamento, ao mesmo tempo em que pode ser, em maior ou menor grau, em algum ou em todos os momentos. É preciso que o bem entenda os meandros do mal e que o mal, por sua vez, entenda os do bem. Mas o que é bem para uns, quase sempre será e é, efetivamente, o mal de outros e este é o pano de fundo da Globalização, que você lucidamente percebeu. Mas globalização não se faz somente no âmbito deste novo conceito mundial. Não é fenômeno novo, porque, apesar da carência de meios de comunicação, a globalização sempre existiu, desde os primórdios do mundo e isto a própria história comprova. Joshua Bem Pandira, um nazareno que se tornou o Cristo, construiu as bases do maior fenômeno mercadológico que é a Igreja Romana, onde foi implantado um sino, o qual, na sua singeleza, chamou o mundo inteiro para aproximar-se de sua doutrina. E este continua batendo. Mas há novos sinos emulando este sino, que se dizem do bem e o do mal. E cada um tenta impor sua verdade de acordo com seu maniqueísmo premeditado. Isto nós podemos ver na atual política brasileira, onde se confundem de tal maneira que o povo já não sabe onde encontrá-los (o bem e o mal). Qual é o mal e qual é o bem? Certamente que ninguém nunca definirá, porque são relativos. Para concluir, dou minha declaração formal. Através do bem se chega ao mal e vice-versa. Onde ficamos, neste sentido? Onde a vida nos conduzir. Mas, se não pensamos como imaginam que devamos pensar, não seremos, por isso, emissários de qualquer dos lados. A Poesia, como todas as artes, é marginal. Se não o fosse não seria arte. Seria um cavalo domado pelo poder do mundo.



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