#Elogio da Loucura do Poema - IV - Repercussão
#Luciana Carrero
A poesia é de uma extensão cósmica cuja
amplitude se perde e se encontra no infinito. A rigor, não pode ser aprisionada
em gaiolas, nem por conceitos e teorias. A liberdade criadora não pode sofrer a
censura do método. Ou vira ciência. Os poetas são livres para percorrer os
mistérios da inspiração e nisto consiste a magia e até mesmo o sortilégio do
bruxo poeta na sua viagem entre o real e o fantástico. Quem me diz isso é o
Gabo, no contexto e/ou nas entrelinhas da sua literatura ficcional, cujo
princípio é o mesmo para a poesia. Este é o fascínio que descobri, quando
tornei-me deus no meu universo de criação e na escolha do exacerbado freestyle
que hauri do meu caos. O resto são
conjeturas das quais devo preservar-me, apesar de reconhecê-las valiosas para o
estudo da arte. Isto porque quero conservar a minha primitiva rudeza e o meu
vínculo com o não escolado. Aprecio as manifestações estudiosas do prezado poetinha,
com uma admiração extensa e indisível, e delas não posso prescindir, mesmo que
seja para não segui-las ou para instigarem-me a pensar e firmar meus conceitos.
O valor do seu trabalho é vital para a construção de arcabouços ou arquitetura
para a clientela mais sugestionável que chega desorientada nesta sociedade onde
todo o mundo é tudo e não é nada ao mesmo tempo. Você tem sido um confrade
impagável, do qual absorvo críticas, mesmo que não dirigidas a mim, quando as
julgo justas e me servem os chapéus. Mas
fico por aí. Caso contrário eu não seria uma livre filosofista, como você, nos
caminhos da nossa arte. Nos perderíamos
muito se fôssemos soldadinhos de chumbo dos tempos da nossa infância, que hoje
já são de plástico ou até mesmo virtuais. Ando no meio desta virtualidade por
necessidade do meu ofício, em ânsias de comunicação e tropeço em intrusos que
frequentam o mesmo meio. Por isso a minha animosidade e até agressividade, que
você já percebeu e comentou, imaginando-as contra a confraria dos legítimos,
mas na verdade é contra os pseudo-artistas que transitam nesta seara. Para os
"nossos" toda a benevolência e fraternidade. Para os outros, o que
fazer, já que parece impossível separar o joio do trigo, e ver tantas nulidades
prosperarem. Daí o meu desabafo no "Elogio da loucura do poema" e
mais os dois desdobramentos que estão publicados no Recanto das Letras. Senti,
com sua apreciação gentil, caridosa e discreta,
que devo fazer como a anta e tomar um banho no barro do meu caos para
limpar o cheiro na minha rota, quando não quiser ser seguida por algum
propósito inominado. Obrigada #Joaquim Moncks. Você é realmente uma estrela que
brilha no meu céu cultural. Tem me ajudado mais do que possa imaginar, dentro
da sua linha de respeitosa confraternidade.
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