quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

FAHRENHEIT 451

FAHRENHEIT 451

# Luciana Carrero

No Deserto do Saara a canícula queimava a cara
E
Sara
depilava
os países baixos
para aliviar o calor
da província

Mas o calor no país de Sara não vinha do Saara
nem do sol do cão que tisnava caras
Ela na sua idade fervida
ciosa do cio na perseguida
abria
as pernas
e os braços
para o penetrar
do metido
com cinquenta tons de cinza
de afro-fornido emblemático
que
o tacho mexia
com colher de pau
na chimia

Fabricavam calores a mais da conta
para a tarde que viria
tonta - até -
no fogaréu que crescia

A temperatura lá fora
- ao incêndio
que torrava
no Fahrenheit
o casal
na alcova ardente -
subia

O mundo acabou em fogo naquele dia
lá... rá... la... rá... la... rá... la... rá... la...rá
o carro de bombeiros zunia mas
chegava
tarde
lará... lará... lará...
sob o sol do meio-dia
bem quando o mundo explodia

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial