#Dom Quixote #Luciana Carrero
DOM
QUIXOTE
Luciana
Carrero
Ouviu-se
a cavalgadura
e
uns gritos desusados
bater
de ferros e coisa
de
guerreiro alucinado
O
cavalheiro gritava
Ao
ataque, Pancho Sança
A
matar a alma do monstro
Que
se esconde na carcaça!
Mas
isto não é carcaça
é
casa, fala o escudeiro
-
Nunca discuta comigo!
diz
Dom Quixote, altaneiro
-
Não discuto, cavalheiro,
mor
defensor da justiça
estou
só argumentando
pro
senhor não gastar armas
terçando-as
co’a velha casa
-
Então não mais argumente
comigo,
escudeiro tosco
seu
gordo e velho bisonho
Se
tem medo, vá-se embora
que
eu aqui luto e me imponho!
Quixote
quebrou janela
e
encontrou só uma velha
alma,
fazendo tricô,
que
nem mexeu a cabeça
E
dom Quixote falou:
Às
armas, alma penada
que
habita nesta carcaça!
derrubei
moinhos de vento;
derrubá-la
não tem graça!
-
Aqueles eram gigantes,
velho
guerreiro altaneiro,
paladino
da justiça!
Se
moinhos derrubasse,
Cavalheiro
nobre em lata,
não
condiz co'afamado
contando
errada a bravata
-
Desculpe, ando esquecido
mas
não esqueci meu nome
Sou
Dom Sancho de La Pança
Meu
escudeiro é Quixote
-
Muito prazer, diz a velha;
o
meu nome é Dulcinéia
Agora
siga seu rumo
que
é hora da mi’a novela!
Amanhã
te mando a conta
do
conserto da janela!
Dom
Quixote, o Cavalheiro, sai de costas, fazendo mil reverências.
e
resmunga: Dulcinéia! Já ouvi este nome em algum lugar! Termina o ato. Fecha o
pano. A platéia aplaude em pé e chora...
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