No Facebook: As infelizes postagens das Brigadas Derrotistas
#Luciana
Carrero*
Recebo aqui (no Facebook) postagens absurdas. São criadas por
indivíduos anônimos, que as passam para a Rede, numa incontida falta de bom
senso. E as pessoas sofridas, já com o pensamento embotado pela particular
desgraça de suas vidas, usam estas infelizes citações para agredir os seus
semelhantes, talvez até sem perceberem o mal que semeiam, ao alastrar essa
praga gráfica. Outras as passam por absoluta falta de personalidade ou para
serem engraçadinhas e espirituosas. Pergunto: Espirituosas com o que? já que,
na desmedida ânsia de copiar e colar, não têm mais pensamento próprio para
expressar, assimilando as asneiras que o mal semeia. Joshua Ben Pandira, uma
das maiores inteligências voltadas para a fraternidade humana, ensinou, um dia,
há um pouco mais de 2.000 anos, lições de amor, verdade e justiça. E
amaldiçoados seres humanos jogaram, disputando com moedas sobre seu manto
ensanguentado, e devolveram o Mestre ao Pai, estaqueado numa cruz. E ele dizia
que era preciso exterminar as ervas daninhas. As ervas daninhas, então,
pensaram eliminá-lo, mas não conseguiram, porque seu espírito sobre-existe
vitorioso no universo. As atuais postagens, que chamam de
"fotografia", e que atingem a humanidade com pensamentos odiosos e
destruidores, devem ser eliminadas, como as citadas ervas, sem dó nem piedade,
para limpar o mundo da sua nefasta influência. Não podemos fazer com os nossos
semelhantes o que soldados embriagados e corruptos fizeram com o Mestre, ou
seja, jogar uma sorte imunda sobre a humanidade, instigando, assim, violência,
incompreensão, intolerância e desamor. Alguém posta: "Quanto mais conheço
os humanos, mais amo os cachorros". E segue postando outras de desespero,
como: "O amor é como ônibus. O dos outros chega sempre primeiro".
Está, com estas impropriedades, baratas e irresponsáveis, mergulhando num poço
de depressão e, cada vez mais, se afastando da humanidade. Na verdade, está
pedindo socorro. Já pensaram em ser o primeiro amor chegando para os outros? Pessoas que não acreditam nos seres da sua raça, os humanos, e
os atacam, raramente vão encontrar um amor verdadeiro. Imagino que, em
princípio, desamam a si próprios. Com postagens dessas que abordo aqui, hoje, o
que poderia querer, o seu autor ou compartilhador, além de fustigar-se a si
próprio, mais do que o desprezo e a indiferença dos outros humanos? Falar que
amor é que nem ônibus e tantas outras frases equivocadas, é simplificar seu
pensamento, fugindo a um argumento palpável. É minimizar os sentimentos,
reduzindo-os a frases jocosas ou de efeito. O amor vem a quem está preparado
para recebê-lo. Para a questão do ônibus, a solução seria simples, bastando
saber os horários e não ir uma hora antes para a parada. Verão que seu ônibus
virá antes que o de muitos outros. Já no amor, que não é ônibus, amar em primeiro
lugar, para depois ser amado, é a lei da vida. Amar não é tirar proveito. É
responsabilidade. Não tem horário. Amar sempre, como condição para receber o
amor sempre. (O original deste texto
foi publicado no Facebook da autora)
*
Filósofa independente, escritora, produtora cultural, reg. 3523, LIC/SEDAC/RS
(Do
livro em preparo: Conhecimento, a ato-ajuda dos humanos)
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