#SOBRE MINHA #CARTEIRINHA DE LOUCA & O USO DO VOCÁBULO "PRESIDENTA"
#Luciana Carrero
Há dias escrevi sobre o tema, no
Facebook, e fui contestada. Então redigi uma resposta e estou encerrando o
assunto.
O QUE ESCREVI: Dilma Rousseff,
presidente ou presidenta, tem o meu voto, mas não a minha conivência com o erro
de português
Sou sempre a favor de Dilma
Rousseff, no governo e nas eleições. Mas considero inadequado o termo
presidenta. A rigor, este termo não existe. A palavra "presidente" é
aplicável tanto no masculino, como no feminino. "o presidente";
"a presidente". (Presidente, aquele ou aquela que preside). É o mesmo
equívoco das "oficialas de justiça" e das "generalas".
Estas são aberrações criadas que doem na alma de quem cultiva o léxico.
(Luciana Carrero, produtora cultural, reg.3523, LIC/SEDAC/RS)
CONTESTAÇÃO RECEBIDA: Alguém
disse-me que estou errada, e mandou-me consultar o dicionário. O que respondi,
diretamente à pessoa, transcrevo, a seguir, sem aqui citar o nome. E encerro o
assunto. Sou escritora e não professora. Não ganho nada para bater boca. E não
farei como Qorpo Santo, o dramaturgo riograndense nascido em Triunfo, que teve
que fugir e foi perseguido por querer interferir na língua portuguesa (ou
brasileira, já que estava no Brasil). Por fim morreu louco. Eu que fui
declarada doente mental, possuindo qualificação de esquizofrenia, paranoia e
bipolaridade, no prontuário da psiquiatria do Hospital de Clínicas; e atestado
de paranoica, depressiva psicótica e bipolar do Hospital Espírita, não vou
piorar minha situação, discutindo com gente certa, porque não quero voltar para
o hospício, embora tenha gostado muito, nos trinta dias de convívio com as
chamadas loucas que lá se encontram. Isto porque lá não tenho Internet e nem
computador para escrever. Agora, no meu status de deficiente mental, decretado
em juízo, acho que não devo me expor, pois já sofri e ainda sofro demais. O que
me salva é escrever, caso contrário a síndrome do pânico já teria me matado,
visto que além de tudo, ainda convivo com esta doença, que é a pior que um ser
humano pode ter.
MINHA RESPOSTA: Este termo
"presidenta", eu falei que "a rigor" não está correto. Quis
dizer que está forçado, pois suprime o sufixo "ente". Não existe o
sufixo "enta", para este caso. Podem até estar usando e ser aceito.
Isto é outra coisa. Quanto ao tal dicionário, resta saber quem é o autor desse
dicionário. Se tem credibilidade. Não estou discutindo a questão com o leigo.
Estou discutindo com o dicionário. Minha contestação atinge o léxico, o purismo
da língua e não individualmente as pessoas que usam palavras. Estar no
dicionário não me basta, ainda mais depois que estão consultando os famigerados
dicionários de Internet., escritos por leigos semi-analfabetos, como o
dicionário informal, o dicionário online e outros. Não estou errada em defender
a língua, em profundidade. De qualquer forma, obrigada pela sua colaboração.
Continuo, entretanto, com meu conceito. E estou argumentando. Seu argumento não
me diz nada, pois reduz-se somente a afirmar que "está no
dicionário". Aproveito para perguntar o que você acha da palavra
"oficiala". E de outras: "tenenta", etc. A estética não
fere aos seus sentidos? Aos meus fere, e com razão. Continuo com a Dilma, para
presidente. Mas sufixos são inalteráveis. Se eu vou na onda dos dicionários,
qualquer dia estarei aceitando as palavras "comandanta" e
"ajudanta". Estas coisas são típicas da idéia de certos
dicionaristas, até consagrados, que dizem que quem faz a língua é o povo. Então
está bem, mas o povo acaba destruindo a própria etimologia da palavra, fazendo
usos inadequados. Houaiss chega a dizer que presidenta é a mulher do
presidente. Neste contexto, então, a mulher do síndico seria síndica e a mulher
do prefeito, prefeita? Coisas desse tipo fazem-me desacreditar em, ou, no
mínimo, discordar de dicionaristas consagrados, inclusive. Por isso discuto e
não aceito certas posições, por mais dicionarizadas que sejam. Não será preciso
mandar-me consultar dicionários. Faço isto desde que nasci culturalmente. Minha
atuação é no campo das idéias. Nada pessoal. E não reclamem que escrevo idéia
com acento. Não aceito algumas regras da nova ortografia. E para presidente?
Dilma Roussef . Acho que nisso nós concordamos, sem precisar de dicionário. O
homem da foto, abaixo, é Qorpo Santo. Pesquisem sobre ele. Vão gostar da
história.
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