#Cena de Mar e Aldeia
Pescador alucinado
em pescaria inzoneira
vê sua fêmea encantada
numa rotunda baleia
e em vez de trazer o
peixe
deixa o corpo na onda
vaga
ao sucumbir desvairado
numa miragem sereia
Sereia é seu brando
vento
Tange nota merencórea
no esfregaço à corda
isenta
do stradivarius do
alento
O corpo deixado ao mar
pescador é lua cheia
voltando à noite penada
para assombrar sua
aldeia
Cabocla desesperada
chora o destino do
homem
que dava o dela
sustento
Ouve triste a madrugada
no ganir do lobisomem
Bebe sal mágoas de
tempos
quando o mar fustiga a
praia
Lambadas de desalento!