quinta-feira, 25 de setembro de 2014

ESTELA

Luciana Carrero

Porque disse atordoado para Estela
Amar as cinco pontas dela cintiladas
Que haviam na visão que via dela
Mas sou poeira cósmica e mais sou
Bestial enlevo às tuas madrugadas

Meu nome é nada é não é nunca
Não ser não ter desesperar desver
Sou a não forma que tu vês adunca
Aquela que sem viver já se findou
e sem nascer mergulhou nos nadas

A má sorte o azar agouro e morte
dança que forma linhas projetadas
Não do leste nem porém do norte
Porque cales nem meu eu falou
Que sem ser nada não terei moradas

Mas você enrolou na minha barba
E no espelho eu vi as luzes douradas
Por que me fala desta forma amarga
Mostrando contra tudo que inspirou
Não vês que a dor em mim se alarga

Recolhe Porque sozinho tua mágoa
Deixa-me morta remorrendo aqui
Não sou terra fogo ar ou água
E às tuas fráguas nada me levou
Em mim buscas tua morte amarga

E nem na morte me terás Porque
Já que tu és uma só vã pergunta
E eu sou a Estela que só você me vê
A nossa morte é nada que não junta