segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Henri de Toulouse-Lautrec, o Pai da Arte-Nouveau

ESTUDANDO HISTÓRIA PELAS EFEMÉRIDES III - 24 de novembro

Luciana Carrero*


Quem usa o Google em sua faina diária, por vezes encontra homenagens no chamado Doodle. Hoje o homenageado é Toulouse-Lautrec, pintor francês que veio ao mundo para revolucionar a pintura, no que tange ao uso das cores e dos traços, ressaltando-se prolífica produção de aproximadamente 1.000 pinturas sobre tela e uma infinidade de outros desenhos que influenciaram os reclames publicitários, do qual foi o gerador de uma nova linha, largamente utilizada na propaganda mundial, através de um intenso trabalho que atravessou em mais de 1 século, nesta área. Em várias modalidades de pinturas e de inspiradas criações, esteve presente no crescimento dos meios publicitários, quando o design gráfico necessitava de sua arte para expor produtos e campanhas institucionais, sendo o precursor da Arte Nouveau. E esta é sua glória maior. Faleceu aos 37 anos. Possuia origem nobre e herdaria o título de conde, de seu pai, se não tivesse deixado este mundo, tão jovem. A natureza e a vida desregrada, entre boêmios e prostitutas, o levaram à prematura morte. Pouco tempo para uma vida, mas que foi ocupado com intensidade suficiente para deixar uma imensa e importante obra para o mundo. Detinha em sua identidade uma continuidade de denominações daquelas compostas, que eram importantes para definir os costumes da nobreza, ou seja de vários nomes e sobrenomes que não interessa citar, visto que ele foi, é e sempre será o festejado, com toda a honta, Toulouse-Lautrec, conhecido de todos nós. Para quem nasceu a partir de perto do final do século XVIII e início mais continuidade do século XIX, viu sua presença, que se propagou em revistas, periódicos, cartazes, cinema e teatro, enriquecendo a todos com sua arte. Mas o que mais retratou, segundo se conhece, foi a vida boêmia do bairro a que se aculturou e aos costumes deste ambiente. Até hoje tem seguidores, que através da arte-gráfica computadorizada, seguem seus passos; passos que ele traçava com naturalidade e recursos nada automatizados como os da informática. As grandes empresas de publicidade e propaganda, bem como as tiras e outras produções, têm em Lautrec um mestre, que seguem até o século XXI com um máximo de sofisticação que o presente nos concede, mas, de dentro de toda a arte-gráfica produzida no mundo atual, sente-se Lautrec a espiar por uma fresta de muitas produções imitadas, mas não do mesmo modo inspiradas, apesar da qualidade das digitalizações e automatismos a que Toulouse nunca teve acesso, É impossível estudar jornalismo e propaganda, bem como a arte sem mencionar seu nome. Ele morreu nos braços da mãe, perdeu um título de conde, honraria que já não diz nada ao nosso mundo moderno, mas deixou a intensidade do seu amor pela arte, acrescida da imortal produção que atravessará séculos que vêm pela frente, algo maior do que tudo que um artista possa possuir: a sua eternidade em nossas mentes. Por isso e por muito mais, foi e é exemplo para a humanidade. O mundo evoluiu depois que Toulouse partiu, porque o deixou bem melhor que o encontrou, apesar da vida dolorosa que teve no Planeta.

(Luciana Carrero, historiadora, produtora cultural, escritora, crítica de arte e literatura).