sábado, 19 de julho de 2014

#O jargão jurídico, e outras ideias

#Literatura #Jargão jurídico aplicado a um caso

Luciana Carrero 

O jargão jurídico é quase uma jurisprudência. Entra nos meus escritos como importante visão que tenho de quanto o senso crítico do leitor pode inferir, de forma negativa, a respeito do que escrevo e fazendo dele forte argumento para respaldar sua posição antagônica, por questões de moralismo, e outras, no psicodrama da responsabilidade social de um texto, quando nele me delato. O tal jargão funciona na consciência coletiva, aparecendo entranhado como uma tatuagem. Não se refere mais somente ao jurídico essencial, mas a todas as áreas, podendo ser usado também como definição de posicionamento metafórico ante declarações humanas. Se me delato, haverá sempre alguém para invocá-lo (o jargão em questão). Ele está vivo e vivíssimo, cada vez com maior força, pois é um elemento sintetizado e aplicável imediatamente em contestações, fazendo calarem muitas bocas, por falta de argumentação plausível para debatê-lo. Minha coragem de escrever, doa a quem doer, pode colocar-me na situação de ré, levando um tapa na cara, desferido com a força de um jargão como este: "Tudo que disser poderá ser usado contra você". Esta ideia de que o jargão existe ou possa existir só se for para as pessoas das letras, faz parte da revolta social contra impunidades, ou ainda de supostas imaginações de impunidade que assolam o inconsciente da pólis e assumidas por alguns escritores engajados em militâncias. Não se presta aqui no meu texto, nem tem acolhida no meu conceito, que é universal e baseado na filosofia sem a qual eu não seria escritora. Outras inúmeras delações por aí, fogem ao contexto abordado. Sempre respeito opiniões abalizadas, que passem pelo crivo que exercito, de coadunarem-se à realidade fática e não ao imaginário, quando escrevo ensaios e outros textos racionais. Esta influência recebi do positivismo de Augusto Comte e outros, positivismo que não me serve, porém, para tudo, já que na poesia e na ficção este movimento é-me antagônico. Mas sou forçada a concluir que a visão poética é uma importante visão humana, que não deve ser descartada, embora não plausível no processo deste texto, mas precisa ser até acatada, respeitada, mesmo numa visão positiva. Talvez eu venha a abordá-la, um dia, separadamente. Ela poderia até sobreviver muito bem no racional deste meu tutorial, porque a vida e os posicionamentos do homem devem ser analisados num panorama de diversidade, onde tudo se integra, físico, emocional, psíquico, mental, metafísico. Caso assim eu não considerasse, não seria uma livre pensadora e muito menos uma escritora. Ninguém o seria. Por fim, a ideia poética acabou entrando no raciocínio final. A poesia é mesmo uma intrusa, que mete o nariz em tudo. Espero ter esclarecido. Se não esclareci não importa. As dúvidas são inerentes ao pensamento humano. A gente vai convivendo com elas e tirando conclusões. “Quando o discípulo está pronto, o mestre aparece”. Nem sempre estaremos prontos.