INFÂMIAS DO POETAR ALUCINADO
#Luciana Carrero
A
Poesia me penetra e banha
em
espermáticos rios
e
meu útero se expande
na
hora gorda do cio
O
Poema viril, viril me ganha
num
coito de desvario
rasgando
as minhas entranhas
num
coito de desvario
por
fendas buracos poros
ávido
e sedento me ataca
num
coito de desvario
Num
pesadelo me rasgam
Me
sinto suando frio
Íncubus
e Súcubus se atracam
com
unhas fortes me lanham
Debato-me.
Debater-me é festa
para
esta máfia que me infesta
em
motes gosmentos me assanha
O
debater é armadilha
que
lhes oferta o cenário
do
tremer dos meus ovários
Antes
que acorde, engravido
gesto,
sinto dores, dou à luz
Acordo
com o filho ao lado
é
um pretinho assustado
com
olhos de jabuticaba
Enrolo
o menino em trapos
de
rimas, métricas e fiapos
e
a história ali se acaba
Pego
o menino enjeitado
Saio
na madrugada morta
deixando-o
em alguma porta
para
que seja adotado