quinta-feira, 22 de maio de 2014

#Teoria Literária...A partir de um texto de #Joaquim Moncks

#Luciana Carrero




O renomado crítico literário riograndense, Joaquim Moncks (foto 2), em seu notável texto APORTE CRÍTICO AO POEMA, escreveu, publicamente, no Facebook:
"No tocante às possíveis e prováveis melhorias estéticas no poema, não se trata exatamente de se constatar "certo ou errado" o conjunto poético (que pode até não conter Poesia), e, sim, a existência de beleza ou veracidade na peça em exame. O que é apontado pelo analista crítico são perspectivas diferenciadas sobre um mesmo tema formal e/ou conceitual. Porque, a rigor, o poema em si pouco difere – depois de publicado – aos olhos e concepção imagética do receptor, que o consome assim como ele se apresenta (lembras de que poesia é pra comer?), quanto ao conjunto de palavras, a não ser que a revisão substitua fundamente o seu conteúdo. Bem, neste caso teremos um novo poema, e não uma simples revisão. Não é menos verdade que cada leitor tem sua visão peculiar e intransferível. No entanto, a antítese sobre a forma e/ou formato de um poema autoral – especialmente quando novos ou novatos – funciona como revisão ou correção, caso o autor do texto receba bem o trabalho analítico e, então, por força da análise crítica, venha a fazer a autocorreção. Assim como o poema é sempre instigação sugestional, o aporte crítico também tem esta destinação: alertar para novas possibilidades de ampliação imagética do poema em exame. O autor é dono do seu trabalho e só a ele cabe a revisão definitiva, que corresponde ao segundo momento de criação: a TRANSPIRAÇÃO. O crítico é mero coadjuvante, o autor é quem vale para os direitos autorais. Mas, quando deste trabalho de duas cucas resulta uma boa peça poética, ganham todos, especialmente o destinatário do poema, que não aparece neste primeiro momento de vida da peça poética. O crítico é, em regra, o primeiro receptor da proposta ao pensar. A água da vertente pode ou não estar límpida..." (Joaquim Moncks)

MINHA RÉPLICA: Sobre o Machismo de um conceito emitido:
Bastante oportuna a abordagem - como sempre - do prezado irmão. Hoje, estando eu com espírito e/ou olhar de crítica ferina, não sei por que motivo, e mais, com disposição para agitar, pincei o entre parênteses do seu texto, a saber: "(lembras de que poesia é pra comer?)". E vi nele um certo "machismo", não só pela proposta da frase como ela mesma, mas como pelo conceito que carrega. Claramente sei que o meta-escritor usou aí uma metáfora, mas esta se presta a múltiplas interpretações. Chegou a mim como machismo literário. Poderia até ser apenas um brincadeira ou visão do meu humor do dia. Mas sinto que cala-me profunda. Como vês, eu interlocutora percebi um contorno que talvez o Poetinha não quis dar, mas deu a mim. Já sentira isso em outras ocasiões em que me deparara com este seu conceito, mas não abordara. Meu sentir ilustra a ideia central do seu texto, que parece-me ser de que cada interlocutor tira a sua conclusão. Abraços da sua admiradora e confreira para o que der e vier nos espaço das nossas lides literárias. (Luciana Carrero)

Tréplica de Joaquim Moncks:
"Apenas utilizei um conceito aliado, conexo e decorrente da ANTROPOFAGIA CULTURAL iniciada pelos modernistas de 1922, e que ainda está em processo de assimilação quase 100 anos depois, especialmente nuns moderníssimos romances e novelas nascidos aqui, no idioma português, e que acusam cópias, formas e formatação dos best sellers americanos, em especial, mais raramente nos europeus. Aliás, Maria Bethania, a baiana cantora consagrada, utiliza muito a expressão "Porque Poesia é pra comer!", no seu DVD "Maricotinha"... Também pode haver, subreptícia dentro de mim, uma certa dose do machismo de minha geração. Sim, por mais que se queira extrair a pele e conviver com outro momento cultural, sempre ficam as tatuagens. Grato por tua interlocução, querida Luciana Carrero! Abraços do poetinha JM."(Joaquim Moncks)

Minha resposta à tréplica:
Fora deste eixo da antropofagia, meu conceito é atual. Mais pé no chão com a realidade do século XXI. Não desconheço o aspecto histórico da mesma, é claro, nem de Bethania ou outros no panorama musical, também. Mas tenho procurado libertar-me destes grilhões de Movimentos. Mesmo dos atuais. Opto por um freestyle em tudo o que faço. E sou produto do meio. Acho que o meio me avaliza, de algum modo, para agir assim. O formato da literatura americana nunca me agradou e, se está realmente entrando no campo literário daqui, chega em um momento em que ninguém está preparado para ler calhamaços escritos para a burguesia. Seria preferível emergirmos dos nossos mares, pois ainda precisamos de uma literatura engajada para construir nossa identidade cultural. Mas também não precisamos buscar subsídios lá na Semana de Arte Moderna e nem nos justificarmos nela. Folgo que tenham pensado assim o Vinicius e outros pós-modernos. É melhor pegar a ponta do fio da meada e continuar em frente. Caso contrário sempre iremos lá buscar as mesmas coisas. E quem faz sempre as mesmas coisas tem sempre, e só, os mesmos resultados, com pequenas variações. Estudar o passado é uma coisa. São raízes. Mas querer transpô-lo para o ambiente atual, é outra. Buscar ambiente norte-americano, já é uma terceira. A resposta pode ser continuidade e não círculo vicioso. O Movimento da Semana de Arte Moderna foi glorioso, mas, com todo o respeito, não me representa. Considero que temos de buscar novas glórias, muito além dos ranços do passado. Não estou aqui polemizando, mas dando o meu depoimento. Sei que, do alto da sua sabedoria, poderá não assimilá-lo verdadeiro, mas o que digo precisa ser dito, para ser considerado no contexto dos estudos. Obrigada, mais uma vez, por correr na minha frente e obrigar-me a correr atrás na produção, já que dá-me tão belo exemplo de dedicação que procuro seguir, não só pelo exemplo, mas porque gosto e quero. Saber que não estou só é que faz-me entrar em todos estes temas. Porque, se estivesse só, perderia a graça. Sem interlocutores, como você mesmo apregoa, é clamar no deserto. Obrigada pelas interlocuções e pela atenção que me dá. Espero estar colaborando, e este é meu único objetivo. Sempre sua admiradora. (Luciana Carrero)



#Lei da Palmada


#Escritora Luciana Carrero


Não estou falando de mães desequilibradas, que estas precisam ser detidas, mas da minha mãe, que muitas vezes foi injusta quando me bateu, porém, em outras eu escapei, mesmo merecendo. Contabilizei umas pelas outras e hoje considero que valeram, todas. Minha mãe sempre afirmava que umas compensavam as outras. Sabem que ela tinha razão? Hoje tiram este poder da mãe. Certamente vai aumentar o trabalho da polícia, mas esta sempre bate com ódio, ao passo que a mãe bate com amor. Qual das surras você preferiria?

#Keds... DO PÉ DE BOI À PATA DA GAZELA, O NETO DA CONGA CIRCULA, BELO E CHARMOSO

#Luciana Carrero 


Os “Keds” são tênis de lona com sola de borracha. Apareceram em 1916, fabricados pela U.S. Rubber, ou Uniroyal. Hoje é propriedade da Stride Rite Corporation.

Também eram conhecidos como"sneakers", em uma determinada época.  Este nome deve-se ao fato de que o solado de borracha permitia andar sem ruído.  "Sneak" em inglês tem o significafo de esgueirar. O conhecido All Star segue o mesmo  conceito.

Os Keds circularam pelo mundo nas décadas de 80 e 90. Eram bastante simples (pé de boi) e usados por adolescentes. As cores disponíveis eram  branco, azul marinho e preto. Hoje existem em todas as cores e modelos.

No Brasil, a São Paulo Alpargatas, entre 1960 e 1980, comercializava o Tênis Conga, modelo ancestral do estilo Keds. A conga era com cadarço. Neste tempo, foi muito utilizada pelos estudantes, principalmente na cor azul-marinho,incorporado ao uniforme das escolas; na cor branca, usada pelos médius em terreiros de Umbanda, e enfermeiros.

No ínício de 1990 a Alpargatas retirou do mercado o calçado, que já era ridicularizado como “cafona”, “coisa de pobre” (sinal dos tempos). Até hoje se faz gozação ou bullying sobre o uso de Conga, principalmente quando se visualizam fotos antigas, inclusive no Facebook.

Mas o novo formato surgiu, em proposta modernizada, que sofreu um Up, não estando restrito ao cadarço, mas a uma infinidade de modelos. O nome da grife é "Keds", que é hit. Quem não quer um lindo “Keds”, que contempla o feminino e o masculino, com modelagem e designes exclusivos, de acordo com os novos tempos.

Com “Keds” a gente anda calçada, como a Pantera cor de rosa andava descalça. Tcharã...tcharã-tcharã-tcharã... tchararantchrã. Quem vai fazer  agora com quem usa o descendente da Conga?