segunda-feira, 9 de junho de 2014

#Fernandão #Despedida Profética #Video Fernandão #Acróstico











#Hábeas Corpus para a Magia

#Luciana Carrero

A mídia realista ou nem tanto
conduzida por idiotas
numa tarde fria do mundo
- a louca espanca o poeta -
para arrancar a confissão
de preferência sem rima
e sem nada de que a lua
sem métrica na madrugada
é bolo de poeira cósmica
para orgulho da ciência fática

O corretor do Windows
sempre à espreita
notável de suspeição
regula a gramática
e governa com linha dura
plantando grifos vermelhos
na escrita verde-amarela
que não sabemos usar
no hemisfério ocidental
sem o português original
da mãe língua portugal

A lei regula o vernáculo
já que ao tupiniquim apático
não é direito o reinventar
a língua que é brasileira
onde a tupi foi assassinada
e o latim desqualificado
por decisão governamental
do ministério educacional
E tudo morre carente
e tudo carece de fonte
confiável no decadente
país de cultura banal

Já o desusado galego
também marginalizado
se presta tanto ao poema
como um grito ornamental
do cenário dos desamados
Sumiu o consagrado editor
e aparecem os picaretas
de ebook’s a granel
para o leigo publicar
catarses de bem e mal
Assim anda a humanidade
da literatura nefanda
em xis e enes tons de cinza

Já nada se cozinha genuino
Tudo se importa do chino
E se for criado é maconha
plantinha criminalizada
droga de sonho dourada
Mas o drogado marginal
anda vagando nas ruas
calça de fundilhos caídos
e moletom com capuz
entre ladrões e mendigos
onde a poesia não entra
e tudo cheira à cola e pus

Sem lua de alma prateada
e sem marijuana, proibida
o poeta segue tresloucado
a sina dos desgraçados
distópicos despatriados
dentro até da pátria amada
onde o salve-se quem puder
é o salve-salve do hino
hasteando o lábaro estrelado
no pau da forca da blogosfera
mortalha do poeta não carimbado
pelo algoz da aldeia global
A magia não tem lugar ao sol!