JORNAL CULTURA LITERÁRIA
Este Blog reúne textos literários, poéticos, filosóficos, satíricos, humorísticos, sociais da Produtora Cultural Luciana Carrero, reg. 3523, na Lei de Incentivo à Cultura/Secretaria Estadual de Cultura/RS e abre espaços para publicação de textos dos mesmos gêneros para os amigos de Luciana, que ela não precisa conhecer, pois seus amigos são os amigos da Literatura em todas as suas formas. O objetivo é divulgar autores e buscar ampliação do espaço para a projeção do Grupo.
segunda-feira, 9 de junho de 2014
#Hábeas Corpus para a Magia
#Luciana Carrero
A mídia realista ou nem tanto
conduzida por idiotas
numa tarde fria do mundo
- a louca espanca o poeta -
para arrancar a confissão
de preferência sem rima
e sem nada de que a lua
sem métrica na madrugada
é bolo de poeira cósmica
para orgulho da ciência fática
O corretor do Windows
sempre à espreita
notável de suspeição
regula a gramática
e governa com linha dura
plantando grifos vermelhos
na escrita verde-amarela
que não sabemos usar
no hemisfério ocidental
sem o português original
da mãe língua portugal
A lei regula o vernáculo
já que ao tupiniquim apático
não é direito o reinventar
a língua que é brasileira
onde a tupi foi assassinada
e o latim desqualificado
por decisão governamental
do ministério educacional
E tudo morre carente
e tudo carece de fonte
confiável no decadente
país de cultura banal
Já o desusado galego
também marginalizado
se presta tanto ao poema
como um grito ornamental
do cenário dos desamados
Sumiu o consagrado editor
e aparecem os picaretas
de ebook’s a granel
para o leigo publicar
catarses de bem e mal
Assim anda a humanidade
da literatura nefanda
em xis e enes tons de cinza
Já nada se cozinha genuino
Tudo se importa do chino
E se for criado é maconha
plantinha criminalizada
droga de sonho dourada
Mas o drogado marginal
anda vagando nas ruas
calça de fundilhos caídos
e moletom com capuz
entre ladrões e mendigos
onde a poesia não entra
e tudo cheira à cola e pus
Sem lua de alma prateada
e sem marijuana, proibida
o poeta segue tresloucado
a sina dos desgraçados
distópicos despatriados
dentro até da pátria amada
onde o salve-se quem puder
é o salve-salve do hino
hasteando o lábaro estrelado
no pau da forca da blogosfera
mortalha do poeta não carimbado
pelo algoz da aldeia global
A magia não tem lugar ao sol!