terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Caminhar pelo que temos  


A vida é riso, quando chega todos os dias

Livre de percalços, dores e infortúnios.

Esperamos sempre que isto seja eterno

Xis x y = a tudo bem na imaginária equação,

Apesar de sabermos que nunca é bem assim.

Na metáfora há também a da dor que dói

Dentro e fora como o ímpeto de um furacão

Rezar já nem adianta quando a contrariedade

Em forma de tragédia nos assola a alma



Com muito maior força temos de lutar por nós

A  partir dos ferimentos que recebemos

Remando rumo a um Porto onde o amor

Diante de nós se mostre com cumplicidade

O tanto que seja para nos embalar em um novo

Sonho e numa nova vida que nos faça superar

O mal que tivemos, em troca do bem que temos

Nada Será igual para sempre





Razões de vida

Acróstico
  
Cada dia é nova oportunidade
E tudo brilha em mim.
Lá de onde vem a luz,
Lá de onde vem o bem,
Alcança-me a ventura do Senhor..
Nada é difícil para mim, que amo
Irradiar é tudo que sei melhor
Razões só tenho para crer
Amar e sempre amar...

Bendigo tudo que fui, sou e serei
Reinando em tantas bençãos
A vida é uma folha que vem branca
Gravamos nela tudo que pensamos

Aqui no coração tenho todos meus amigos.

A vida é só um diário que escrevo

Acróstico

Rastreei estradas com meus pés
Inquietos por muitos lugares
Tanto andei e nunca me canso
Afoita como ganso em taipa de açude

Da vida eu tenho tudo que peço
E sempre vem com um novo amor

Carrego na alma um compromisso
Ámar é o que interessa
Saudade é outra coisa
Sinceridade é o que sou
Imagino ser sempre rápida e rasteira
A desenrolar-me de mim, como novelo

Sarcástica e espirituosa
Irradio um que de não sei o que
Levando-me a um lugar bem perto
Viajando aos corações dos que amo
Eles são meus filhos, amigos distantes
Irmã minha que partiu tão cedo
Rasgando a alma num ímpeto atroz
Amar  como eu amo, muitas vezes dói

De tudo que faço, muito é riso
E também choro, se preciso for

Salve-se quem puder neste mundo
O meu reduto aqui é meu livramento
Uma coisa eu posso dizer, com certeza
Zero tudo quando um novo amor chega

A vida é só um diário que eu escrevo

Um touro para Iansã

Acróstico

Um touro para Iansã

Foi, certo dia, uma tourada em Madrid
Lá havia muitos touros numa arena
Alma de cigana, eu estava irrequieta
Vendo tantos toureiros gatos
Imolando os animais... e o povo
Aplaudia e gritava: Olé... Olé... Flávia...

Na arquibancada, eram mulheres,
Os homens e crianças
Gritando de histeria ao ver o sangue
Um espetáculo de cortar o coração
E comecei a esboçar um riso estranho
Imaginando não sofrer tanto
Rindo para não chorar
A alma sufocada do vermelho sangue...

Saia pelas narinas dos touros
Ali ofegavam, sobre mim
Lavada do vermelho sacramento
Iansã, era pra ti o animal sacrificado?
Nada mais vi e acordei
Assustada, gritando, Eparrei!

Sozinha no meio da arena vazia